Desde suas versões mais primitivas, o computador facilitou sobremaneira a elaboração de peças jurídicas, por advogados, defensores, membros do MP e magistrados.
Todavia, tornou as peças consideravelmente mais longas (e, nem por isso, mais completas e profundas).
Tudo porque desde os primórdios, os editores de texto permitiam que trechos fossem copiados e colados.
Esse é um mal que aflige juízes (que se veem diante de petições iniciais, contestações e recursos de dezenas de páginas) e advogados (que se veem diante de decisões “ocas”, cheias de referências jurisprudenciais e nenhuma fundamentação).
Os dois principais males do abuso dessa prática são:
O amigo Alfredo Migliore conta a história do advogado da parte ré que, vencido, foi elaborar apressadamente a apelação. Abriu as razões recursais com as letras garrafais de praxe “EGRÉGIO TRIBUNAL!”. Abaixo, copiou as razões de contestação e substituiu todas as palavras “ré” por “apelante”. Fechou a peça, a assinou e a protocolou, sem perceber que as letras garrafais passaram a ser “EGAPELANTEGIO TRIBUNAL!”.